Até dezembro deste ano, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Zoologia) do Museu Nacional/UFRJ, o PPGZoo, deverá alcançar a marca de 1.120 defesas de mestrado e doutorado. Essa conquista torna-se ainda mais expressiva ao se considerar que, até agosto de 2018, haviam sido realizadas 949 defesas. Mesmo diante de desafios como as perdas no acervo científico, a pandemia de Covid-19 e o recente período de redução de investimentos em ciência no país, o Programa manteve suas atividades de forma ininterrupta. A forma como essas adversidades foram superadas recebeu destaque na cerimônia da 1.100ª titulação, realizada em maio na Sala Multiuso da Biblioteca Central, que também homenageou a milésima defesa, ocorrida em 2020.
As titulações
O pesquisador Marcus Vinícius Oliveira de Almeida apresentou um resumo de sua tese de doutorado. Com o título “As Libélulas e a Fênix: O Resgate de Informações sobre o Material-Tipo de Odonata (Insecta) da Coleção Entomológica do Museu Nacional, UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil”, a pesquisa foi orientada pelo professor Alcimar Carvalho e coorientada por Ângelo Parise Pinto, egresso do PPGZoo e, atualmente, professor da Universidade Federal do Paraná.
Já Durval da Silva Santos apresentou sua dissertação de mestrado intitulada “Caracterização dos Nichos Ecológicos e Distribuição Potencial de Simulium (Chirostilbia) Enderlein, 1921 (Diptera, Simuliidae)”. Ele foi orientado pelo professor Leonardo Henrique Gil Azevedo e coorientado por Tatiana Nascimento Docile, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, Durval segue com suas pesquisas no curso de doutorado do PPGZoo e foi admitido por concurso público como técnico de coleções no Museu Nacional, em 2023.
Mesa de abertura
A cerimônia contou com uma mesa de abertura, com a participação do pró-reitor de Pós-Graduação da UFRJ, João Torres de Mello Neto, da coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, Christine Ruta, do diretor do Museu Nacional/UFRJ, Alexander Kellner, da diretora-adjunta de Ensino, Marcia Couri, e do coordenador do PPGZoo, Marcelo Britto. Tanto a coordenadora do FCC quanto o diretor do Museu Nacional e a diretora de Ensino são docentes do quadro do PPGZoo.
O professor João Torres ressaltou que o evento não celebrava apenas um número, mas a superação de grandes desafios enfrentados desde 2018, que afetaram as atividades acadêmicas e científicas, e pontuou a importância de mais investimentos na ciência. Já Christine Ruta refletiu sobre o papel crucial das pós-graduações na preparação de profissionais capazes de enfrentar desafios globais, como a crise climática.
Kellner destacou a importância do Museu Nacional/UFRJ como um centro de formação de novos pesquisadores: ”Sem esse conhecimento, que é gerado aqui pelos professores e pelos estudantes, não existe Museu Nacional”, reforçando também a necessidade de mais investimentos em pesquisa e aquisição de acervos para a instituição. Aproveitou para agradecer às bolsas concedidas aos pesquisadores na ocasião do início da reconstrução, que foram essenciais para a manutenção das pesquisas científicas pioneiras em publicações de destaque, por exemplo.
Marcia Couri parabenizou pelas titulações e fez uma reflexão sobre sua própria trajetória, mencionando que sua dissertação de mestrado foi a de número 63, defendida em 1983, e expressou seu prazer em estar presente 41 anos depois para celebrar a 1.100ª defesa de titulação do PPGZoo. Ela lembrou que a criação do doutorado foi um marco importante, e que a professora Janira Martins Costa, entomóloga e ex-diretora do Museu, teve um papel fundamental na implementação do doutorado no PPGZoo. A professora finalizou com um recado aos estudantes, destacando pontos importantes: perseverança, parcerias e o desenvolvimento de afetos, por ser algo essencial para estabelecer relacionamentos saudáveis e duradouros no meio acadêmico.
O professor Marcelo Britto apresentou um panorama do histórico do Programa, destacando os números que abrem esta matéria e, entre outros, citou que atualmente são 47 docentes e 116 discentes no PPGZoo. Ressaltou a importância de recursos contínuos para garantir a excelência na pesquisa científica.
Ao final da cerimônia, o corpo social do Museu e os convidados celebraram em um coquetel no mesmo espaço.
Saiba mais:
Leia matéria publicada no Harpia sobre parte da pesquisa de Marcus De Almeida: Museu Nacional digitaliza dados primários de 12% dos espécimes-tipo da fauna brasileira de libélulas. Acesse.
Conteúdo do Harpia Nº 30, outubro de 2024.
