Neste momento, estamos virando a página da história rumo à reabertura do nosso Museu Nacional/UFRJ para a sociedade. Poucos sabem, mas já tínhamos um projeto robusto de revitalização e com assinaturas de financiamento para implementá-lo.
Na época, ele foi apresentado em diferentes meios e espaços. Um deles é o artigo intitulado “A Caminho de Nossa História: Revitalização do Patrimônio Cultural no Bicentenário do Museu Nacional”, publicado em maio de 2018 nos Anais do IX Seminário Internacional de Políticas Culturais, da Fundação Casa de Rui Barbosa. Ele tem a autoria de Mariah Martins, João Carlos Nara Jr., e Maria Paula van Biene.
Convidamos Mariah Martins e Maria Paula van Biene para resumir suas opiniões sobre os pontos mais importantes das ações iniciadas em 2014 da etapa “Plano 200” do Programa de Revitalização do Museu Nacional/UFRJ.
A Maria Paula começou a trabalhar com a gente em 1999 e participou da elaboração do “Plano 200”. Ela pontua que ele, além do planejamento para as comemorações do Bicentenário do Museu Nacional, representava um importante avanço desse Programa. Com o apoio e aporte do BNDES e através da SAMN, como proponente, o “Plano 200” contemplava a reforma do prédio da Biblioteca; a restauração das salas históricas, do telhado do torreão sul e do Jardim das Princesas; a ampliação das exposições; e um novo sistema de segurança de prevenção e combate a incêndio e pânico, aliado à retirada das coleções científicas preservadas em meio líquido inflamável do palácio. “O incêndio se antecipou ao início das obras no Paço de São Cristóvão, mas não destruiu a sua importância e a meta de presentear o público com o palácio e as novas exposições. Já a reforma do prédio da Biblioteca, mais do que a concretização de parte do Plano, representa, nessa história e em todos os sentidos, uma conquista”, avalia Maria Paula van Biene, que é responsável pelo Escritório Técnico do Museu Nacional/UFRJ.
Para Mariah, as ações relativas à preservação e restauração das salas históricas representam o ponto que mais a emocionou. “Além do trabalho de restauro das conhecidas salas históricas, do trono e dos diplomatas, havia também uma importante ação de ampliação das prospecções estratigráficas nas paredes, principalmente do bloco 1, que demonstrariam as camadas pictóricas existentes em outros espaços. Isso seria uma fase inicial para estudos futuros sobre as pinturas históricas nas salas do Paço de São Cristóvão. O tema me encantou tanto que a proposta inicial de minha pesquisa doutoral tinha como objeto esse processo de restauração”, relata Mariah Martins, chefe de Gabinete da Direção do Museu Nacional/UFRJ.
Ela também cita o projeto de segurança e acessibilidade como um passo fundamental para o desenvolvimento da instituição. Sobre as coleções em meio líquido, ela destaca: “Hoje estamos dando continuidade a esse planejamento com a construção do Laboratório de Manuseio de Coleções em Meio Líquido (LMCL) no Campus de Pesquisa e Ensino Museu Nacional/UFRJ”.
Pedimos para elas nos contar o que esperam para o futuro do Museu Nacional/UFRJ:
“Espero que o Museu possa ser um espaço de desenvolvimento do conhecimento e salvaguarda patrimonial com elevado padrão de qualidade. É necessário muito trabalho para garantir condições adequadas para isso. Mas tenho certeza que o Museu possui potencial para ocupar o espaço de uma instituição pública exemplar”, Mariah Martins.
“A implantação do Campus de Ensino e Pesquisa, a revitalização do Horto Botânico e a restauração e requalificação da área do Paço de São Cristóvão com as novas exposições. Essas três frentes de trabalho e objetivos são indissociáveis e são a base para O Museu Nacional”, Maria Paula van Biene.
Saiba mais:
- Leia o artigo “A Caminho de Nossa História: Revitalização do Patrimônio Cultural no Bicentenário do Museu Nacional“. Acesse.
- No site do Museu Nacional/UFRJ, acesse 200 Anos do Museu Nacional, incluindo apresentação, projetos e comissões envolvidas. Leia.
- Assista agora ao vídeo de 2015: “Campanha para a requalificação do Museu Nacional”, no YouTube do Museu. Foi produzido e realizado gentilmente pela Capim Filmes. Apresenta imagens e depoimentos sobre a intenção que já existia de deixar o Paço de São Cristóvão completamente dedicado às exposições.