Acesse o site do Museu Nacional

Lucia Basto, a gerente executiva do Projeto Museu Nacional Vive

Lucia Basto em apresentação sobre os avanços da reconstrução do Museu Nacional/UFRJ. Foto: Diogo Vasconcellos

Em sua trajetória profissional, Lucia Basto esteve à frente da implantação de importantes projetos de museus. Ela considera a reconstrução do Museu Nacional/UFRJ como o mais desafiador, ressaltando a importância da união, capacidade, coragem e responsabilidade de todos para devolvê-lo para a sociedade. Formada em Arquitetura pela Santa Úrsula com MBA Executivo pela COPPEAD/UFRJ, ela é a gerente executiva do Projeto Museu Nacional Vive, e concedeu para o Harpia a entrevista a seguir:

Harpia – Durante sua trajetória profissional, quais são os projetos de grande destaque que você participou?

Lucia Basto – Os projetos mais importantes foram o Museu do Futebol, em São Paulo, e o Museu de Arte do Rio e o Museu do Amanhã, aqui no Rio de Janeiro. Nestes museus, a minha atuação ocorreu desde a fase de concepção até a implantação, estando relacionada ao cargo de gerente geral da área de Patrimônio e Cultura da Fundação Roberto Marinho, que exerci por vinte e três anos.

Harpia – Lucia, em que momento, você foi convidada para ser gerente executiva do Projeto Museu Nacional Vive? Como foi receber esse convite?

Lucia Basto – O convite veio no segundo semestre de 2019, quando eu estava num processo de desligamento do meu envolvimento profissional com a Fundação Roberto Marinho. Ele foi feito através da Governança do Projeto, que já estava estruturada, sendo composta pela UFRJ, o Instituto Cultural Vale e a UNESCO. Fiquei absolutamente orgulhosa de poder contribuir com a minha experiência porque, desde a tragédia ocorrida, sempre tive esse desejo de poder colaborar com o Museu Nacional. O Museu tem uma importância muito grande para a sociedade e fiquei impactada com a mobilização nacional e internacional que aconteceu com esse desastre. Fiquei muito feliz, emocionada e certa de que estava assumindo o meu maior desafio profissional.

Harpia – Na sua percepção, qual é a melhor notícia para o ano de 2022 e que você já pode compartilhar com o público?

Lucia Basto – Acredito que a maior notícia será a primeira entrega da obra, que será a fachada principal, mostrando esse compromisso com a sociedade. Será possível evidenciar todo trabalho que estamos realizando com empenho e com avanços importantes, apesar de todas as adversidades. Nós vamos vencer com a capacidade e a coragem de enfrentar os desafios para concretizar a reconstrução do Museu Nacional/UFRJ.

Recebendo parceiros para mostrar as evoluções das obras. Foto: Felipe Cohen
Harpia – O modelo da estrutura de governança do Projeto Museu Nacional Vive foi inspirado em projetos anteriores que você participou ou como ele foi construído?

Lucia Basto – O modelo de estrutura de governança do Projeto Museu Nacional Vive não foi inspirado em projetos anteriores que eu tenha participado, pois ele já estava pensado e estruturado quando entrei no Projeto. Essa governança está estabelecida em três frentes: Comitê Executivo, Comitê Institucional e Grupo de Trabalho de Segurança e Sustentabilidade. O público pode saber mais no site do Projeto. Acesse.

Harpia – A reconstrução do Museu está envolvendo o tripé arquitetura, museografia e conteúdo. Você poderia contar o porquê dessa escolha e qual é a importância dela?

Lucia Basto – Vou buscar resumir como esse tripé é desenvolvido. O conteúdo é pensado por meio de uma curadoria a partir da temática e da narrativa, que serão utilizadas na exposição de longa duração, em seus variados formatos. Isso inclui os objetos, os textos, as imagens e os recursos audiovisuais, por exemplo, que irão compor as experiências nos espaços expositivos. Já a museografia desenvolve o suporte e as soluções para a exibição desse conteúdo e determina as características do memorial do mobiliário expositivo como a iluminação, a sonorização, os recursos tecnológicos, entre outras necessidades da exposição de longa duração. E a arquitetura é o desenvolvimento dos elementos da edificação, com as especificações dos espaços que abrigarão todas essas experiências. Ela determina todos os acabamentos, revestimentos e sistemas da edificação. Desse modo, o desafio é orquestrar esse tripé uma vez que a alteração de um item do conteúdo irá influenciar nos outros dois e, por isso, eles precisam ser desenvolvidos em constante diálogo e retroalimentação.. Após a definição dos elementos desse tripé é que o projeto é considerado finalizado para então começar a definir a parte da obra de arquitetura e, em paralelo, o desenvolvimento do suporte expográfico e o conteúdo, que é o recheio disso tudo. 

Harpia – A previsão atual é que o Museu Nacional/UFRJ seja reaberto em 2027. Como você imagina que será a sensação desse primeiro dia?

Lucia Basto – Eu diria para vocês que será de grande satisfação e emoção, porque será uma sensação de dever cumprido poder devolver o Museu Nacional para a sociedade.

Foto: Felipe Cohen
Harpia – Qual é a mensagem final que você gostaria de deixar para o corpo social do Museu?

Lucia Basto – A mensagem que deixo é que temos ainda um longo caminho pela frente, mas precisamos ter coragem para enfrentar as barreiras que certamente virão. Nós também temos que ter a segurança de seguirmos juntos, em uma união de cada pessoa que trabalha no Museu Nacional e que trabalha no processo de reconstrução. Temos que estar juntos para sermos mais fortes e conquistarmos a entrega do Museu para a sociedade. Quando a gente está tomando cada decisão, precisamos estar com a responsabilidade de agradar e emocionar os visitantes com o resultado final de todo esse trabalho que estamos desenvolvendo.

Saiba mais:

Visite o site do Projeto Museu Nacional Vive

Assista ao vídeo sobre a evolução das obras:

 

 

 

 

Compartilhe

Facebook
Twitter
Email
WhatsApp
Telegram