
A “Entre Gigantes: Uma Experiência no Museu Nacional” se consolidou como um marco na história recente do Museu Nacional/UFRJ. Pela primeira vez desde setembro de 2018, o público voltou a entrar no histórico Paço de São Cristóvão e pôde acompanhar de perto a reconstrução, em meio aos gigantes Meteorito Bendegó e o cachalote suspenso na claraboia. Até a conclusão, em 28 de setembro, foram recebidos mais de 60 mil visitantes. Todos com a entrada gratuita.
A cerimônia de abertura ocorreu em 30 de junho, com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, do reitor da UFRJ, Roberto Medronho, e convidados.

Destaque para a ação onde o público foi convidado a sugerir nomes para o cachalote. Foram recebidas 658 sugestões de nomes. A partir deles, foram selecionados cinco finalistas pela Comissão Julgadora, que foi formada pelo diretor do Museu, o paleontólogo Alexander Kellner, a escritora e velejadora Heloisa Schurmann; a comunicadora socioambiental Fe Cortez; a velejadora campeã brasileira Isabel Marques Swan; e a médica e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo.
E até o dia 07 de outubro, terça-feira, o público pode votar no nome que considere mais adequado. São eles: Chico Cachaló, Dom Cachalote, Leviatã, Pirapuãn e Zeca Chalote. A votação ocorre somente pelo formulário. Acesse e participe. O resultado será divulgado no dia 8 de outubro, quarta-feira.
Sala do Bendegó e obras do Gustavo Caboco

Ao entrar no Museu, o público se deparava com o Bendegó em sua sala, já em estágio avançado de restauração, exposto ao lado de outros meteoritos e de obras criadas pelo artista visual indígena Gustavo Caboco, do povo Wapichana, em parceria com seus familiares.

Essas produções surgiram a partir de uma imersão no Museu Nacional e de reflexões sobre a trajetória do icônico “peso pesado” do acervo. Entre elas, destacava-se o quadro Escola de Bendegó, uma releitura da célebre Escola de Atenas, de Rafael, pintada com cinzas coletadas após o incêndio.

Também equipamentos de segurança, como capacete e botas, receberam pinturas tradicionais indígenas.

Durante a experiência temporária, foi promovida uma visita especial mediada pelo artista Gustavo Caboco às suas obras.

Gigante dos mares suspenso na claraboia
Nova peça da recomposição do acervo do Museu, o cachalote encantou os visitantes ao ser instalado suspenso na claraboia, no Pátio da Escadaria, com seu som nos mares ecoando pelo espaço. A expografia apresentou sua trajetória: do encalhe no Ceará até a montagem exibida em time-lapse.
Em vida, o animal tinha 15,7 metros, sendo o maior cachalote montado na América do Sul.

Ele está protegido pela claraboia, que garante iluminação natural e reforço na segurança do acervo e do público em qualquer condição climática. Aliás, essa instalação concretiza um antigo desejo do corpo social da instituição.

A história do Paço de São Cristóvão e sua reconstrução

Como estão sendo restaurados os detalhes arquitetônicos do Paço de São Cristóvão? Qual é a história desse palácio histórico? Que transformações ele passou ao longo de diferentes períodos? Desde quando o Museu Nacional veio para o Paço? Como ficará o interior do Museu? A terceira e última sala da programação “Entre Gigantes: Uma Experiência no Museu Nacional” foi dedicada justamente a fornecer essas e outras respostas.

Ela destaca o encontro das histórias do Paço de São Cristóvão e do Museu Nacional e sua reconstrução, com exposição de duas esculturas originais em mármore de Carrara, réplicas e ornamentos artísticos, além de registros sobre o cotidiano do trabalho na obra.

Acessibilidade
Para receber todos os públicos, detalhes de acessibilidade foram pensados na expografia e a circulação nos três ambientes contou com rampas. Foram definidos horários especiais com visita educativa em Libras com educadores e intérpretes. Além disso, todo domingo, foi dedicado um horário exclusivo de visita para pessoas com deficiência intelectual, mental e/ou transtornos do neurodesenvolvimento e seus acompanhantes.
Visitas especiais

Foram abertos horários especiais para visitas pré-agendadas de grupos, incluindo escolas, projetos socioculturais, ONGs, grupos de apoio, ações inclusivas, passeios turísticos, rotas culturais, entre outros. Além disso, convidamos o corpo social do Museu, trabalhadores da Quinta da Boa Vista, parceiros do Projeto Museu Nacional Vive, entre outros, para conhecer a experiência temporária.
Conteúdo do Harpia Nº 34, outubro de 2025.




