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Campanha Recompõe conquista centenas de peças em 2 anos

O acervo expositivo de um museu de história natural e antropologia tem suas peculiaridades, sendo essencial exibir peças originais. E esse é um dos maiores desafios atuais do Museu Nacional/UFRJ. Por meio da campanha Recompõe, lançada em 2 setembro de 2021, conquistamos centenas de doações, mas ainda há um caminho significativo pela frente para sensibilizar mais doadores do Brasil e do mundo.

Conheça nesta matéria os nossos objetivos com essa recomposição, o que está planejado para os futuros circuitos expositivos e exemplos de peças que agora integram nosso acervo.

Ânfora doada pelo colecionador Fernando Cacciatore. Foto: Diogo Vasconcellos (MN/UFRJ)
Ânfora doada pelo colecionador Fernando Cacciatore. Foto: Diogo Vasconcellos (MN/UFRJ)

Futuras exposições à vista

Entre as centenas de peças recebidas até o momento, estima-se que pelo menos 1400 estarão nas futuras exposições, sendo a meta da campanha alcançar pelo menos 10 mil exemplares para os 5500m² que serão dedicados a exposições no Paço de São Cristóvão. Ele será exclusivo para as exposições e as atividades educativas.

“Esse esforço do Museu Nacional/UFRJ em conceber e lançar a campanha Recompõe foi essencial porque, além de reconstruir nosso prédio histórico, precisamos recompor nossas coleções com acervos originais. Até o momento conquistamos muitas peças importantes para as futuras exposições do Museu. Temos muitas promessas, mas ainda há muito o que conseguir até 2026, data prevista para a reabertura com as exposições permanentes”, destaca o diretor do Museu Nacional/UFRJ, Alexander Kellner.

Alexander Kellner

O objetivo da Recompõe é sensibilizar museus, instituições de pesquisa, coletividades e colecionadores de todo o mundo a doarem peças originais. Kellner avalia que, futuramente, essa campanha servirá de inspiração para instituições similares no Brasil e na América do Sul.

Para a servidora técnica e museóloga Amanda Cavalcanti, essa campanha é uma ferramenta poderosa que favorece a criação de uma ampla rede de apoio ao Museu, ao mesmo tempo que permite mostrar à sociedade o compromisso da instituição com as peças doadas, conferindo confiança ao trabalho realizado.

“Ver o esforço conjunto de tantos colegas se concretizar a cada novo item doado que passa a integrar nosso acervo é motivo de grande satisfação. Acredito que a campanha Recompõe ainda trará inúmeros frutos, que irão figurar nas exposições abertas ao público no Paço de São Cristóvão e em muitas outras atividades junto ao público, encantando a nossa população e auxiliando o Museu na sua missão de divulgação científica”, avalia Amanda, que faz parte da Coordenação de Novas Exposições de Longa Duração do MN/UFRJ, sendo responsável pelo Circuito Universo e Vida.

Cabe ressaltar que as coleções etnográficas estão renascendo de forma inovadora. A linha curatorial busca o diálogo e a parceria com lideranças e intelectuais indígenas, afrodescendentes e tradições populares a partir do que eles desejam que esteja no acervo e nas exposições do Museu Nacional/UFRJ.

Amanda Cavalcanti. do SEMU, e Renata Baltar, consultora da UNESCO

Além das exposições, como os acervos estão em um museu universitário, cada uma dessas peças pode ser estudada, contribuindo para o avanço científico. “A campanha Recompõe tem sido muito interessante para formar um diálogo com instituições, museus e colecionadores sobre os acervos que o Museu Nacional coleciona, pesquisa e expõe e já trouxe um número significativo de peças,”, avalia a consultora da UNESCO e museóloga, Renata Baltar, que atua na cooperação nacional e internacional para novas aquisições. E completa: “Saber mais sobre a importância de cada peça e como ela pode contribuir para a pesquisa, para o conhecimento do público sobre a diversidade da fauna, da flora brasileira e do mundo, e da diversidade cultural que temos no país para mim tem sido muito emocionante e especial”.

Idealização e realização

Em apenas um mês, foi concebida, realizada e lançada em 2 de setembro de 2021 a campanha disponível em site bilíngue, contando com voluntários, consultores e servidores. O nome da campanha e a programação visual foram assinados pela dupla de designers Bruno Galliez e Diego Gonçalves. Todo o trabalho teve a coordenação da coordenadora do Núcleo de Comunicação e Eventos do Museu Nacional/UFRJ (NuCE), Gabriela Evangelista, a partir da identificação da Direção sobre a importância de termos uma campanha voltada para a recomposição do acervo expositivo, naquele momento.

Circuitos e conquistas

Você já conhece como serão os quatro circuitos expositivos do Museu Nacional/UFRJ? Os servidores envolvidos na Coordenação de Novas Exposições de Longa Duração do MN/UFRJ contribuíram com as informações a seguir:

Universo e Vida

Esse circuito é o mais voltado para as ciências naturais. O visitante será convidado a abraçar a sua curiosidade para observar objetos que revelam a nossa incrível geodiversidade e biodiversidade, a origem do planeta Terra e da vida que a gente encontra nele. Assim, a partir da interação com a história natural, o público poderá refletir sobre a importância da ciência para conhecer e proteger esses elementos. As peças que serão expostas não são limitadas ao Brasil.

Celacanto doado pelo Museu de História Natural de Paris. Foto: Diogo Vasconcellos (MN/UFRJ)

 

Celacanto — Doada pelo Museu de História Natural de Paris, a peça vem para substituir a que estava em exposição em setembro de 2018, que também havia sido adquirida por meio da instituição francesa por ocasião dos 150 anos do Museu Nacional. O celacanto é uma espécie ameaçada de extinção e as réplicas foram criadas a partir de espécimes capturados na década de 50 na Ilha de Anjuã, no Arquipélago das Comores, no leste da África. A nova peça foi criada a partir de uma réplica em gesso, escaneada pela empresa 3Dsolutions e a pintura foi feita pelo artista visual Louis de Torhout.

Ambientes do Brasil

O circuito propõe uma viagem por diferentes ambientes brasileiros, trazendo de maneira integrada elementos da nossa geodiversidade, da nossa fauna, flora e também aspectos culturais de cada localidade. Contrastes, desafios e belezas do clima, da natureza, da população serão apresentados através do olhar da ciência e do patrimônio. Vamos apresentar de maneira mais integrada todas as disciplinas da nossa instituição, trabalhando juntas para pensar sobre a riqueza e diversidade do nosso país.

Quadro da Coleção Brasília Cidade Cidadã — Elaborado com técnica mista de bordado, foi doado pelo Gabinete de Criação, Propaganda e Marketing Ltda.

Este quadro integrará o Circuito Ambientes do Brasil. Foto: Handerson Oliveira.
Diversidade Cultural

Voltado para as temáticas de antropologia que busca levar aos públicos uma reflexão sobre a experiência humana e sobre a importante diversidade cultural, existente no Brasil e no mundo. Essa diversidade será apresentada em seus variados âmbitos – diferentes povos, línguas, manifestações e expressões culturais. A valorização do patrimônio cultural, tanto material quanto imaterial, é parte importante da mensagem que o museu visa transmitir, estimulando o respeito às diferenças e a valorização dessa diversidade.

 

Ânfora ática — O diplomata aposentado e escritor gaúcho Fernando Cacciatore de Garcia, doou peças greco-romanas, datadas entre os séculos 550 a.C. e 550 d.C. Uma delas é uma ânfora ática de figuras negras e fundo branco, segurando cântaros e copos em formato de chifre. Um dos personagens representados na cena é Dionísio. Ela integra o acervo do Setor de Arqueologia do Museu Nacional/UFRJ.

Histórico

O circuito apresenta o Museu Nacional/UFRJ como instituição histórica, científica e cultural, discorrendo sobre o seu papel na educação e na sociedade e apontando sua importância para as histórias do Brasil, das ciências e do patrimônio nacional. Também trata dos diferentes usos e (re)significações do Paço de São Cristóvão, as transformações arquitetônicas e suas diferentes vidas: de habitação de traficante de escravizado à palácio real, de casa da Primeira Constituinte da República à sede do primeiro e mais antigo museu de história natural e antropologia do país.

 

Máscara do povo Apyãwa (Tapirapé). Foto: Francisco Moreira da Costa
Máscara do povo Apyãwa (Tapirapé). Foto: Francisco Moreira da Costa

Tawã. Apyãwa (Tapirapé) — Máscara usada em ritual festivo do povo Apyãwa (Tapirapé), Rio Araguaia, Tocantins, 1983. Feita em madeira, plumária e madrepérola, tem 105cm x 95cm, e integra o acervo do Setor de Etnologia e Etnografia do Museu Nacional/UFRJ. Foi exposta na 17ª Bienal de Arte de São Paulo em 1983 e, depois, na Galeria Paulo Figueiredo. Trata-se da  doação de Carolina Delgado de Carvalho em 2022.

Saiba mais:

Acesse o site da campanha Recompõe, voltada para a recomposição de acervos do Museu Nacional/UFRJ, conhecendo também os itens desejados. Compartilhe, ajudando a chegar em mais potenciais doadores.

Visite a exposição virtual #Recompõe.Mineralogia. Acesse.

Leia a matéria Nossas Coleções Etnológicas renascem de forma inovadora

 

 

 

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