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Exposições em perspectiva: uma professora do ensino médio e uma museóloga do Museu Nacional/UFRJ

Polyana Gomes e Amanda Cavalcanti tiveram a oportunidade de visitar as exposições do Museu Nacional/UFRJ desde a infância. E suas histórias se encontram aqui nesta segunda edição do Harpia. A professora de Português e Literatura, Polyana, propôs aos estudantes do CEFET a redação de uma resenha a partir da visita virtual “Por dentro do Museu Nacional: Redescubra a coleção antes do incêndio de 2018” , disponível no Google Arts & Culture, e ela nos relata como foi essa experiência. Já a museóloga Amanda ingressou no Museu em agosto de 2018, mas seus primeiros contatos com a gente foram acompanhando, na década de 1990, sua mãe que tinha sido nossa estagiária, e aqui compartilha como está sendo fazer parte da equipe que está projetando as futuras exposições.

‘Foi muito bonito ler nas resenhas a memória de cada um em relação ao Museu’, Polyana Gomes

Polyana Gomes CEFET/RJ

A atividade de redigir a resenha a partir da visita virtual despertou diferentes emoções nos envolvidos. A começar pela professora Polyana, que relembrou como eram esperadas, em sua infância, as visitas regulares da escola municipal que ela estudava no bairro de Campo Grande ao Museu Nacional/UFRJ. Agora, ela teve a oportunidade de reviver esse contato com os estudantes.

A minha sensação nas resenhas e nos relatos na aula virtual foi como se eles tivessem ido presencialmente, e sei que esse tipo de experiência vai abrindo leques de conhecimento, sendo algo que fica marcado na vida. Foi muito bonito ler nas resenhas a memória de cada um em relação ao Museu. Alguns relataram que visitaram a Quinta antes de setembro de 2018, mas que não tiveram a oportunidade de entrar, ficando nas bordas. E outros que seus pais ou suas escolas deram esse passo de visitar as exposições do Palácio. Cabe lembrar que eles pertencem a realidades diversas, morando em diferentes bairros e municípios, então boa parte não tem acesso à cidade do Rio para seus momentos de lazer, além do fato de serem muito jovens e 2018 parecer ser distante para eles”, avalia a professora.

Polyana destaca que a ideia da atividade partiu da professora Lidiane Oliveira, quando estavam pensando nas aulas de 2021 para os estudantes do campus Maracanã neste momento de pandemia de Covid-19.

A seguir, trechos das resenhas:

Estudantes do CEFET Maracanã
Estudantes do CEFET Maracanã

“(…) queremos reforçar o olhar atento necessário quando o assunto é a nossa história. Ainda bem que a ferramenta online torna possível o conhecimento de parte do acervo: “Descobrindo o Museu Nacional” apresenta grande relevância e bagagem histórica, mas também emocional. (…) A plataforma deixa à disposição toda história e ciência contida ali para as futuras gerações, prolongando seu extenso legado e trazendo um conjunto de emoções, com esperança e alegria, pois o Museu Nacional vive”. Trecho de resenha dos estudantes do 1º ano do Curso Técnico em Administração do Cefet: Abner Mazzei de Sousa, Leticia Ferreira de A. Peres e Maria Luíza Pereira de Mello.

“(…) Essa iniciativa é deslumbrante: ainda que o Museu não esteja mais aberto à visitação, ele ainda pode passar seus conhecimentos aos seus visitantes. Embora o passeio virtual seja muito agradável, sentimos falta de visitar o Museu; é inevitável sentir saudade de algo que pensávamos que nunca seria perdido. O tour é indicado a todos, tanto para aqueles que nunca tiveram a oportunidade de poder visitá-lo, quanto àqueles que já o conheciam para relembrar a riqueza histórica que ele tem e sempre terá. Por isso, olhe com seus próprios olhos o quanto ele era lindo nesta visita online, e não irá se arrepender”. Trecho de resenha dos estudantes do 1º ano do Curso Técnico em Telecomunicações do Cefet: Alana Veras, João Guilherme Ferreira e Mariana Motta.

‘Fico emocionada só de cogitar apresentar tudo isso na reabertura para a minha família por ser muito significativo’, Amanda Cavalcanti.

Amanda Cavalcanti SEMU

São diversos especialistas projetando as nossas futuras exposições, e nesta matéria trazemos a experiência da museóloga Amanda Cavalcanti, da Seção de Museologia (SEMU). Sua primeira visita ao Museu foi aos 5 anos de idade, com sua mãe Rosa Dulce Thomaz, que fez estágio com a gente. Ao longo da vida, ela até pensou em ser paleontóloga ou arqueóloga, mas decidiu ser museóloga, passou no concurso da UFRJ e ingressou aqui em agosto de 2018.

“Foram três semanas muito felizes com essa conquista, vivendo um grande sonho, e, de repente, o Museu pegou fogo. Apesar da tristeza, foi muito potente ver a comoção do público, indo à Quinta, querendo ver o Museu e se emocionando, nos enviando mensagens, fotografias de quando visitaram as nossas exposições, assim como os desenhos de crianças – tanto das que visitaram quanto das que não tiveram essa oportunidade e se expressaram com base no imaginário delas”, recorda Amanda. E completa: Essa vivência de carinho e percepção de como o Museu transforma vidas foi fundamental em nível emocional, me dando forças para trabalhar intensamente, contribuindo na concepção das nossas futuras exposições”.

Ainda em 2019, foram iniciadas as reuniões com a comunidade interna e foram definidos os quatro circuitos expositivos: Histórico, Universo e Vida, Diversidade Cultural, e Ambientes do Brasil. Em 2020 funcionários do Museu formaram o Comitê Curatorial das Novas Exposições de Longa Duração, que atualmente conta com o apoio de onze consultores de diferentes áreas do conhecimento, contratados via Unesco, para o desenvolvimento dos conteúdos expositivos. Paralelamente, estão sendo realizados processos de escuta do público. Um deles é a ação cultural “O que você sonha para o Museu Nacional/UFRJ?” realizada junto ao Goethe-Institut e que irá culminar em setembro deste ano em uma exposição de expressões artísticas do público: nos tapumes na frente do Palácio de São Cristóvão e em uma versão virtual.

“É um projeto museográfico gigantesco, relevante e desafiador, e não tenho palavras para expressar o que isso significa para mim. Amo o Museu, e poder participar e contribuir, sendo uma das muitas pessoas que estão neste processo de devolver o espaço para a população, me faz muito feliz. Fico emocionada só de cogitar apresentar tudo isso na reabertura para a minha família por ser muito significativo, especialmente porque a minha mãe sempre me estimulou muito a ir atrás dos meus sonhos. Será incrível voltar com ela ao Museu Nacional e apresentar o resultado dessa reconstrução que envolve tantas pessoas e é tão esperada”, emociona-se Amanda.

Amanda aos 5 anos na frente do Palácio de São Cristóvão
Amanda aos 5 anos na frente do Museu Nacional/UFRJ

Edital aberto

Aproveitando o tema das novas exposições, temos uma boa notícia: o edital de seleção da empresa que vai atuar diretamente nas novas exposições foi lançado. Ele é voltado para a elaboração e o desenvolvimento dos Projetos Museográfico, de Comunicação Visual e de Acessibilidade Universal para a nova exposição do Museu Nacional/UFRJ. A coordenação do processo será feita pela Unesco e as propostas podem ser encaminhadas até as 18h do dia 09 de setembro. Saiba mais.

 

 

 

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